29 de abr. de 2007

Nem sim, nem não

Sem nem perceber me vi revendo atitudes, na sã consciência de não poder mudar uma vírgula dos capítulos vividos, e na mais pura crueldade de quem se assusta com o rumo das coisas, explodindo por dentro. Embora não pulse arrependimento, tenho sentido uma vontade imensa de reviver os dias passados e fazer tudo de um jeito diferente, falar tudo e nada, ouvir mais e calar justamente naqueles momentos que sentia o impulso de soltar o verbo.

Os adjetivos dos dias presentes são negativos e insignificantes, tais como os próprios dias, os quais venho empurrando com a barriga, alimentando a esperança ilusória de saciar minha curiosidade sobre como estaria minha vida hoje se tivesse feito tudo diferente ontem. A ilusão da volta ao passado é entorpecente e me ajuda nos dias de revolta interna; coração apertado e nó na garganta dão lugar à expressão de indiferença profunda, olhos de quem precisa fugir, mas permanece imóvel na batalha. A eterna batalha passado-presente-futuro.

Sem perpectivas, eis a questão. O que é realidade? E a fantasia? E pra que servem os domingos senão pra suicidar-se com a corda suja do tédio? E pra quê viver de sonho se no fim tu acabas percebendo que nada daquilo poderia ser realidade? Já cantava a honrosa Elis, com voz serena, que viver é melhor que sonhar... Se é verdade já não sei, e pra ser bem sincera, ainda não movi um centímetro da minha boa vontade pra descobrir.

Há dúvidas em demasia desde aqueles dias passados e que, ainda hoje, continuam sendo apenas dúvidas. Amor... dinheiro... sexo! Seria esse o resumo da vida de um humano "comum"? Que falta me faz a mente pura de criança, que apenas preocupava-se em dizer que já sabia o que queria ser quando crescesse. Pois é, lembro que sabia e dizia à plenos pulmões. Era mais excitante, não existia a cobrança do ciclo escola-família-sociedade.

E ainda tem a porcaria da vida, que insiste em imitar contos palpérrimos e filmes sem fundamentos. Ficção. Sonhos. Realidade. Minha mente ultra embriagada de emoções mal consegue destingüir o que é real, do que é ilusório. (Continuo não conseguindo reviver o passado.)

Perdoem, caros leitores, minha falta de organização dos pensamentos transmitidos, mas pra bom entendedor, meia palavra basta.

26 de abr. de 2007

Tirando a poeira

Avisou-me um comentário do mais impiedoso dos visitantes que já é tempo de fazer uma faxina aqui. A preguiça mal me deixa levantar-me, mas tentarei muito em breve trazer coisas mais interessantes que minhas reclamações rotineiras. Os dias continuam corridos, o colégio continua pressionando-nos sobre "futuro", o trabalho continua puxado e a vida pessoal, bem... a vida pessoal!

Escrevo muito, mas ando sem tempo de passar por aqui pra dividir com vocês o que me vem à mente (não pensem que é algo interessante, nem animem-se!). Deletei meu livro-projeto, e nem me perguntem o porquê, comecei outro um tantinho mais insano.

Prometo deixar idéias assustadoras a partir de amanhã!

7 de abr. de 2007

Uma corrida, um descaso e uma porta fechada

O meu maior problema, é dar ênfase desmerecida aos problemas. Talvez meu pessimismo me ajude nessa parte, talvez ele nem tenha noção disso, talvez eu esteja maluca... Pouco importa! O fato é que perco muito tempo tentando resolver questões que provavelmente nem necessitam serem resolvidas. Deixei pra trás perturbações que me afligiam extremamente, e é incrível, como foi resolvido tudo tão rápido.

Claro que mágoas permanecem ainda, mas não por muito tempo. Mal posso suspirar sem lembrar da frase "ai caramba! To atrasada!", imagina se vou pensar muito no passado... Não paro mais! E não pense você, caro leitor, que isso é opção, não não! É dever mesmo! (Digo dever, pra não citar obrigação, porque acho essa palavra muito forte.) Enfim, nem sinto a semana passar.

Eu estou aqui, mas na verdade, já fui! Acendo um cigarro, e nem tenho tempo pra fumar, mas acendo! Bela escrava do tempo, me tornei! Sem perceber acabo deixando o relógio me mostrar que o tempo (definitivamente) não pára. Tanta correria, tanto desencontro com o relógio, tanto stress, que quando chega o fim de semana, eu quero mais é dormir!

Quando me pego sem fazer nada, logo abro um livro qualquer do Quintana pra viajar na poesia e esquecer o resto do mundo. Por ora, fica tudo esquecido, assim que mandar meu relógio [pra puta que o pariu] pro fundo da gaveta, retorno com sonhos mais insanos e sem reclamações.