19 de mar. de 2007

Envelhecendo Séculos em Segundos

As coisas, às vezes (quase sempre, na verdade), mudam de sentido com tanta voracidade que meus olhos pouco vêem, e minha mente muito questiona. Sempre que isso acontece, tenho a estranha sensação de que tudo mudou em instantes, mas tudo mesmo (!), até o que não está relacionado com a possível mudança principal.

Tenho valores bem estruturados, sentimentos intensos e idéias embaralhadas. Acredite, tu levarias séculos pra entender tudo isso. E eu levo segundos pra os diferenciar, sentir, ignorar, e aceitar. Mesmo tendo gostos contraditórios aos da massa comum da sociedade; mesmo vivendo entre o céu e o inferno em diversas situações; mesmo pagando muito caro por ser quem sou, por fazer o que faço, por dizer o que digo; ainda assim acredito que vale à pena.

Confesso que há algumas situações que exigem uma certa mudança de comportamento, ou de pensamento, talvez. Algumas dessas tais, ora me levam ao extremo da loucura, ora me obrigam à pensar um pouco melhor. Pensar um pouco melhor! Eu deixaria de ter mais da metade dos meus problemas se simplesmente pensasse antes de agir. Isso se chama controle. E como eu invejo quem o tem!

Embora seja fechada às críticas alheias, há algumas semanas decidi aceitar um conselho vindo de alguém que não sabia ao certo que era, e nunca tinha o visto pessoalmente; mas ele tinha um tom a mais nas palavras, que me fazia (e ainda faz) parar e aceitar o que tem à me passar.

Não sei explicar direto, acho que nem tem explicação, mas as palavras do conselheiro desconhecido me deixaram estranhamente pasma! Talvez por eu perceber que estava mesmo em tempo de mudar certo detalhe no meu comportamento. O fato é, não foi apenas esta pequena obscuridão que teve sua mudança necessária. O parecer me dado me fez repensar cada ato e cada sentimento mal organizado, ou impulsivo, mal pensado.

De um simples conselho, tirei as lições mais importantes que já tive até hoje. Acho que já agradeci ao conselheiro, mas vale agradecer novamente, e novamente, e novamente. Mesmo sabendo que já dei mancadas feias (que vergonha!) depois disso tudo, confesso que aprendi muito à partir de simples palavras ditas sem o menor pudor.

Vi que posso ser eu mesma sim, mas preciso aprender a ser eu! Repensando tudo; olhando bem além dos atos, lá na parte das consequências; é chato, mas vantajoso! Minha impulsividade precisa ser urgentemente controlada, senão de nada me adiantará pareceres de estranhos e de não estranhos.

Percebi também que não importa a auto-definição que nos damos, nunca seremos exatos o bastante pra dizer quem somos. Nunca seremos sinceros o suficiente para identificar todos os defeitos. Nem seremos o poço de coragem que gostaríamos de ser, para assumir todos os erros; para enfrentar todos os caminhos contraditórios; para engrandecer caindo. Às vezes, é preciso ter um olhar externo lhe dizendo o que está errado.

É caros leitores, eu envelheci cem anos, em um dia. Na real, acho que amadureci um pouquinho mais.

18 de mar. de 2007

À Procura de Mim Mesmo

Não espero da vida um futuro bonitinho, com sucesso no trabalho, família feliz, amor eterno e blá blá blá. A vida é uma merda! Graças à Deus, e aos meus caros amigos Dael e Guilherme, descobri isso em tempo. Em tempo de desistir de qualquer sonho patético que eu viesse a ter; pra fazer apenas planos, pra impor apenas metas, e pra chegar em algum lugar.

É mais fácil projetar e realizar, do que sonhar e esperar. Sexta-feira alguém me disse que quem espera nunca alcança; é bem verdade. Quem espera, espera... Espera... E minha pressa nunca me permite esperar muito tempo.

Enfim, eu só quero me formar esse ano, mas nem pra aula tenho ido. Tudo bem, amanhã eu volto pro colégio e me esforço. (?)

17 de mar. de 2007

E Um Último Cigarro

Difícilmente encaro meus olhos no reflexo do espelho. Fitar-me vem sendo complicado, nos últimos tempos. Tantas mudanças, tantas evoluções, tantos deslizes, tantas novidades, tantas crises, tantos enganos, tantos pensamentos cheios de nada, tantos sentimentos vazios de si, tanta desordem!

Minhas mudanças são tão insignificantes à ponto de eu nem mais sentí-las. Minhas evoluções, ou andam pra trás, ou em câmera lenta (muito lenta, eu diria). Deslizes? Não é bem essa a palavra; talvez não sejam deslizes, seja apenas imaturidade da minha parte. Todas as novidades que me chegam, vêm de maneira distorcida; nunca consigo ver o que realmente se passa na frente dos meus olhos. As crises são quase que rotineiras, gerando os pensamentos que me levam e trazem e acabam me confundindo ainda mais. Mas nada confunde meus sentimentos, e disso, eu tenho plena certeza.

Ninguém vai tirar de mim o que estou sentindo agora. Não é arrependimento; é culpa, por não ter dito antes coisas que poderiam me fazer sentir mais aliviada agora. É angústia, por desacreditar em mim mesma. É tristeza, por saber que joguei oportunidades no lixo. É raiva, por perceber que não sou tão forte quanto gostaria, e que não tenho a super capacidade de dominar meus sentimentos. É ódio da minha própria natureza, por ter me feito tão afoita, tão impulsiva, tão explosiva.

Preciso pensar em mim, mesmo que acabe sendo egoísta, mas preciso. Reconheço o caminho errado no qual pisei, mas já me deparei com a culpa enorme que me aguarda no fim da estrada; prefiro parar agora, e fumar um último cigarro antes de retornar pro caminho que vai me levar ao que eu sinto (ou à quem eu sinto). E se o tal caminho não me levar pra lá, ainda assim não me arrependerei de ter voltado. Pela primeira vez sinto que faço a escolha certa; mesmo achando meio tarde pra voltar. Pela primeira vez, acendo o cigarro com a razão.

4 de mar. de 2007

Carta de Agradecimento

Nenhum acontecimento é tão importante quanto a mudança. Toda e qualquer mudança te influencia, de um jeito ou de outro; mesmo que seja pouco notável, mas te influencia. Minhas freqüentes (e inusitadas) mudanças de humor (repentinas) fazem 80% das pessoas que conheço me detestarem. O meu "adorável" jeito de não ser querida com todo mundo, faz de mim uma queridinha nas rodas de fofoca, sempre sendo nome principal.

Não que eu me exalte com tais demonstrações de ódio (que eu chamaria de inveja), mas gosto quando falam de mim, no fim, tudo vira piada, eu viro piada! Falem bem ou mal, elogiem ou critiquem, mas lembrem-se de mim. Sinto muito se sou tão memorável assim.

Meus diabos queridos, podem falar à vontade, definitivamente? Isso não me incomoda! Minhas orelhas não ficam vermelhas! E meu ego não infla só com elogios, as críticas às vezes me ajudam, e as pedras que me jogam, uso como degraizinhos.

Caro leitor que não me conhece muito bem, mal saberá do que falo. Mas, enfim, comecei esta carta falando de mudanças. Todo e qualquer comentário à meu respeito tendem à me trazer mudanças... mas não trazem! Gosto de ser quem eu sou, gosto dos meus defeitos, muito mais do que vocês gostam de suas qualidades!

Sem mais pelo momento, obrigada!